O Dia Mundial do Estudante, celebrado em 17 de novembro, remonta a um marco histórico em 1939, quando um estudante tcheco, Jan Opletal, foi morto durante uma manifestação contra a ocupação nazista. Esse evento gerou uma onda de resistência estudantil, culminando na fundação da União Internacional de Estudantes em 1946, após a Segunda Guerra Mundial. A data simboliza tanto uma celebração das conquistas educacionais dos últimos anos quanto um momento de reflexão sobre os desafios persistentes enfrentados por estudantes ao redor do mundo.
Durante o século 20, movimentos estudantis foram fundamentais na luta pelo acesso universal à educação, incluindo a superação de barreiras de gênero, raça e classe social. A segregação racial nas escolas nos Estados Unidos, por exemplo, foi abolida em 1954, enquanto em outros contextos, como na África do Sul e na China, os estudantes se engajaram em protestos por uma educação que respeitasse suas culturas e identidades. A luta pela educação também se intensificou nas décadas seguintes, com a declaração de Jomtien, em 1990, e os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2000, que reafirmaram o compromisso global com a educação básica de qualidade para todos.
No Brasil, a educação tem sido um campo de constante mobilização social, com avanços importantes, mas também retrocessos nos últimos anos. A falta de recursos, infraestrutura precária e desigualdades entre estudantes negros e indígenas ainda são desafios críticos. Além disso, o sistema educacional brasileiro enfrenta ameaças de retrocesso em metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação, como evidenciado pelo Censo 2023, que revelou que um em cada cinco jovens de 18 a 24 anos não concluiu o ensino médio. A educação, portanto, segue sendo um campo de luta para garantir a inclusão, o acesso e a qualidade para todos, especialmente em tempos de crises políticas e econômicas.