O uso medicinal da cannabis tem ganhado relevância e despertado interesse nos últimos anos devido ao seu potencial de melhorar a qualidade de vida de pacientes com diversas condições. No entanto, ainda existem dúvidas e preconceitos em torno do tema. Esclarecer esses pontos é essencial para ampliar o acesso à informação e promover um uso seguro e eficaz, sob supervisão médica, no contexto brasileiro.
Entre os principais mitos, destaca-se a ideia de que a cannabis medicinal é destinada apenas a pacientes com doenças graves ou terminais, quando, na verdade, seu uso se estende a condições como dor crônica, ansiedade, epilepsia e efeitos colaterais de tratamentos como a quimioterapia. Outros equívocos incluem a percepção de que o uso medicinal seria perigoso ou sempre causaria dependência, algo que, com acompanhamento médico adequado, pode ser minimizado. Há também a confusão entre os termos cannabis e maconha, sendo que a primeira representa a planta como um todo, enquanto a segunda refere-se a uma variedade usada predominantemente para fins recreativos.
A regulamentação da cannabis medicinal no Brasil é um tema distinto da legalização para uso recreativo, com regulamentações específicas para prescrição médica. Os médicos devem seguir as diretrizes da ANVISA e do Conselho Federal de Medicina e ter treinamento adicional para entender as dosagens e formas de uso adequadas. O acesso ao tratamento ainda enfrenta desafios, como a cobertura limitada pelos planos de saúde, embora alguns pacientes tenham obtido acesso por via judicial.