O desmatamento na Mata Atlântica registrou uma redução de 55% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. De janeiro a junho, a área desmatada caiu de 47.896 hectares para 21.401 hectares, conforme dados divulgados pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o MapBiomas. No entanto, apesar dessa diminuição significativa, a fundação alerta que o impacto ambiental continua alarmante. Mesmo com o progresso, a meta de eliminar o desmatamento na região é considerada desafiadora, especialmente devido à fragmentação da floresta e à pressão de atividades ilegais.
A queda no desmatamento é atribuída ao fortalecimento da fiscalização, à implementação de embargos remotos e ao corte de crédito para atividades ilegais. A estratégia nacional de combate ao desmatamento, que inclui ações focadas em biomas como o Cerrado e a Caatinga, tem mostrado resultados positivos. Nas áreas de encraves da Mata Atlântica, a redução foi ainda mais expressiva, atingindo 58%. Essas medidas têm contribuído para uma recuperação parcial, mas os especialistas alertam que a vigilância contínua é essencial para evitar retrocessos, especialmente diante das ameaças de impunidade e das dificuldades em aplicar a legislação.
Apesar da redução no desmatamento, a situação das florestas continua preocupante. A Mata Atlântica perdeu mais de 70% de sua cobertura original e resta apenas 24% de sua vegetação nativa. As florestas remanescentes estão fragmentadas e muitas localizadas em propriedades privadas, o que dificulta sua preservação. Para cumprir as metas do Acordo de Paris, o Brasil precisa alcançar o desmatamento zero em todos os biomas até 2030, com a Mata Atlântica sendo o bioma com maior potencial de sucesso. No entanto, os incêndios florestais, que têm um impacto significativo na degradação, seguem como um grande desafio, pois, embora não resultem diretamente em desmatamento, afetam gravemente a biodiversidade e o equilíbrio ecológico.