Na quarta-feira, 27 de novembro, um jovem de 23 anos foi soterrado após um deslizamento de terra em Salvador, na região entre os bairros de Pernambués e Saramandaia. O incidente ocorreu durante um dia de chuvas intensas, que superaram o acumulado esperado para o mês. O Corpo de Bombeiros encontrou a vítima sem vida após a estrutura do imóvel onde ele estava desabar. Quatro pessoas também ficaram feridas em deslizamentos ocorridos em áreas próximas, incluindo uma criança internada com fraturas graves. A busca por uma das vítimas ainda desaparecidas, Paulo Andrade, continua, com a ajuda de cães farejadores.
Nos últimos 10 anos, Salvador tem enfrentado tragédias recorrentes devido a deslizamentos de terra provocados por chuvas fortes. Em 2020, um deslizamento no bairro de Águas Claras causou a morte de uma mulher e sua neta. Já em 2015, dois deslizamentos em diferentes bairros, Barro Branco e Bom Juá, resultaram em pelo menos 15 mortes e vários feridos. Essas tragédias expõem as vulnerabilidades da cidade diante de grandes volumes de chuva, especialmente nas áreas de risco e nas encostas, que continuam a ser afetadas por desabamentos.
Apesar de esforços da Prefeitura de Salvador e do Governo do Estado para melhorar a infraestrutura da cidade, como contenção de encostas e o uso de geomantas, os altos índices de chuvas têm dificultado o controle das inundações e dos deslizamentos. O acumulado de chuvas em Salvador em novembro deste ano já supera os 319 milímetros, o que representa o novembro mais chuvoso desde 1961, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). As autoridades seguem monitorando a situação e prestando suporte às vítimas, enquanto buscam formas de minimizar os impactos de eventos climáticos extremos na cidade.