O Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024, publicado no dia 13 de novembro, revela uma disparidade significativa nas taxas de conclusão do ensino médio entre diferentes grupos étnico-raciais no Brasil. De acordo com o estudo, a taxa de conclusão entre os alunos brancos foi de 78%, enquanto os estudantes amarelos apresentaram um índice ainda mais alto, de 88%. No entanto, as taxas são consideravelmente mais baixas entre os alunos pretos, pardos e indígenas, com apenas 68% dos pretos, 66% dos pardos e 59% dos indígenas completando o ensino médio até os 19 anos.
Além disso, o estudo aponta que a implementação de projetos educacionais voltados para o combate ao racismo está em declínio. Apenas 50,1% das escolas públicas no Brasil desenvolvem tais projetos, a menor taxa desde o início da série histórica, em 2011. A pesquisa também evidencia as dificuldades enfrentadas pelas escolas indígenas, que, apesar do aumento no número de matrículas, ainda sofrem com a escassez de recursos básicos, como infraestrutura e materiais pedagógicos adequados. Apenas 38% das escolas indígenas utilizam materiais específicos para a educação escolar indígena, e muitas enfrentam problemas com a falta de esgoto, energia elétrica e banheiros.
O estudo também inclui, pela primeira vez, uma análise detalhada das relações étnico-raciais na educação, destacando as desigualdades estruturais que afetam a população brasileira. Embora o número de matrículas de estudantes indígenas tenha aumentado nos últimos dez anos, a desigualdade na qualidade do ensino permanece uma grande preocupação. A publicação do Anuário reforça a necessidade urgente de políticas públicas que abordem essas disparidades e promovam uma educação mais inclusiva e equitativa para todos os estudantes no país.