Em Santiago do Iguape, na Bahia, um sítio arqueológico foi encontrado durante escavações para a construção de uma praça, revelando mais de dois mil fragmentos e quase 30 ossadas de pessoas e animais. O local, situado ao lado da histórica igreja de Santiago, é considerado de grande importância histórica e arqueológica, com vestígios que remontam a diferentes períodos, incluindo a pré-história. Entre os achados, estão estruturas chamadas sambaquis, depósitos antigos feitos de conchas, restos de alimentação e objetos de culturas passadas. A descoberta chama atenção pela sua localização no Nordeste, já que a maioria dos sambaquis conhecidos no Brasil está no Sul e Sudeste.
Os arqueólogos destacam a singularidade da descoberta, que revela dois cemitérios de diferentes épocas, separados por milhares de anos, oferecendo uma oportunidade rara de estudar o DNA de indivíduos que viveram em períodos distintos. O material encontrado está sendo analisado por especialistas da Universidade Federal do Piauí, que destacam a relevância dessa herança para o entendimento da história da região, que foi um importante centro de cultura africana no Brasil durante o período colonial. A pesquisa promete fornecer novos insights sobre os povos que habitaram a área ao longo dos séculos.
A descoberta também gerou grande interesse local, com arqueólogos visitando escolas para explicar aos estudantes a importância do achado e incentivar o reconhecimento da história ancestral da região. A visita ao sítio arqueológico, por exemplo, despertou forte impacto em jovens da comunidade, que se conectaram com o passado ao experimentar de perto os vestígios históricos. Para os moradores e educadores locais, o evento representa uma chance de reviver e valorizar a história da região, especialmente a herança cultural afro-brasileira.