Minas Gerais está no processo de descaracterização de 35 barragens a montante, uma medida estabelecida pela Lei Mar de Lama Nunca Mais, criada após os desastres de Mariana e Brumadinho. A descaracterização envolve a remoção ou estabilização das estruturas para que deixem de funcionar como diques de contenção de rejeitos, com a previsão de conclusão para 2035. Desde 2019, 19 dessas barragens foram desativadas, embora nove tenham ultrapassado o prazo legal estabelecido.
As barragens em descaracterização estão distribuídas em diversos municípios do estado, incluindo Araxá, Brumadinho, Congonhas, e Ouro Preto, entre outros. Duas delas, Forquilha III e Serra Azul, permanecem em nível de emergência III, que é o mais alto. O processo ainda é uma preocupação constante, principalmente devido aos riscos associados ao armazenamento de rejeitos, e os desafios para garantir a segurança das comunidades afetadas.
A tragédia de Mariana, que completou nove anos, ainda deixa marcas profundas na região. O rompimento da barragem de Fundão liberou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos, impactando o Rio Doce e alcançando o Oceano Atlântico. Até hoje, centenas de famílias ainda aguardam reassentamento, e a presença de metais continua a afetar o ecossistema da costa marinha. Além disso, não houve responsabilização criminal pelos danos, gerando críticas e debates contínuos sobre a eficácia das ações de mitigação e justiça.