Um levantamento realizado pelo Mapbiomas aponta os perigos do crescimento urbano desordenado nas capitais brasileiras, com destaque para a ocupação de áreas de risco, como encostas e manguezais. Nos últimos 40 anos, as cidades brasileiras perderam grandes extensões de vegetação nativa, e a área urbana cresceu significativamente, muitas vezes sobre locais vulneráveis a desastres naturais. A pesquisa mostra que, atualmente, mais de 16 milhões de brasileiros vivem em áreas propensas a deslizamentos, como é o caso da periferia de São Luís, no Maranhão.
O estudo revela que, apesar da existência de dados e planos municipais para mitigar os riscos nessas áreas, a falta de planejamento adequado e a ausência de ações governamentais efetivas têm contribuído para o aumento da ocupação irregular. A falta de opções habitacionais acessíveis e o crescimento das cidades de forma descontrolada intensificam o problema, expondo a população de baixa renda a condições de vulnerabilidade, especialmente durante o período chuvoso, quando o risco de deslizamentos se agrava.
Em resposta à situação, a Defesa Civil tem monitorado as áreas de risco e realizado ações de contenção, embora as soluções de longo prazo dependam de uma abordagem integrada, que inclua medidas sociais, políticas e de infraestrutura. A Prefeitura de São Luís tem implementado ações de estabilização de encostas desde 2021, além de fornecer suporte social às famílias afetadas. No entanto, a complexidade do problema exige um esforço contínuo e coordenado para evitar tragédias e melhorar as condições de vida dos moradores dessas áreas.