A análise da consultoria Eurasia destaca que os modelos de garantia de segurança discutidos pelos governos europeus para a Ucrânia enfrentam um problema estrutural: a dificuldade dos países europeus em manter um suporte militar e fiscal a longo prazo. A situação se complica pelo poder de fogo fiscal limitado da maioria dos Estados-membros, que já lidam com desafios econômicos internos, comprometendo sua capacidade de apoiar tanto a Ucrânia quanto fortalecer suas próprias defesas.
O documento menciona que países como França, Itália e Reino Unido estão enfrentando dificuldades significativas para controlar suas dívidas e déficits. A Alemanha, por sua vez, atravessa uma crise econômica prolongada e um aperto fiscal autoimposto que a impede de utilizar suas finanças saudáveis para aumentar investimentos ou empréstimos, o que agrava a situação e limita ainda mais a colaboração com Kiev.
Além das restrições fiscais, a análise aponta que a incerteza política poderia aumentar caso haja uma mudança na liderança dos EUA, como um eventual retorno de Donald Trump à presidência, que poderia resultar na suspensão do auxílio à Ucrânia. Sem essa assistência, a manutenção de uma coalizão europeia de proteção à Ucrânia se tornaria improvável a longo prazo, especialmente em desarmonia com a política norte-americana.