Uma comitiva de 80 estudantes e professores do Arquipélago do Bailique, localizado no Amapá, enfrentou desafios significativos para participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024 em Macapá. A viagem, que durou 16 horas, foi complicada devido à seca e ao assoreamento dos rios na região, agravados pela salinização das águas. Muitos estudantes saíram de suas comunidades com antecedência para não perderem a oportunidade de realizar o exame, já que dependem das marés e da acessibilidade dos canais.
A gestora da Escola Estadual Filadélfia relatou que alguns alunos começaram sua jornada já no dia 29 de outubro. Apesar do cansaço acumulado, eles conseguiram participar de uma revisão oferecida pelo Governo do Amapá antes do exame. Para garantir a participação dos estudantes, o governo estadual providenciou transporte, alimentação e hospedagem durante a estadia em Macapá, que se estenderá até o último dia de provas, programado para 10 de novembro.
Os moradores do Arquipélago têm se mobilizado para enfrentar a crise hídrica, realizando mutirões para escavar canais e melhorar a conectividade entre as 56 comunidades locais. Essa ação é essencial para mitigar os efeitos da seca, que tem tornado a navegação na região extremamente difícil. Apesar das adversidades, os estudantes demonstram determinação em prosseguir com seus objetivos educacionais, refletindo um compromisso admirável em busca de melhores oportunidades.