A COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, foi marcada por desafios significativos nas negociações climáticas, conforme apontado pela ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva. Entre os principais temas debatidos, destacou-se a necessidade de financiamento climático por parte dos países ricos, que continua sendo um ponto crítico. Após intensos debates, a proposta inicial de US$ 280 bilhões foi ampliada para US$ 300 bilhões anuais até 2035, mas ainda está distante da meta defendida por nações em desenvolvimento, como o Brasil, que pediam US$ 1 trilhão. A ministra reforçou a importância de garantir apoio financeiro que permita a transição e adaptação climática dos países mais vulneráveis, alinhando compromissos ao Acordo de Paris.
As negociações também abordaram as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e a meta global de limitar o aquecimento a 1,5°C, que exigem ambições mais claras e viáveis até a próxima COP30. Um avanço importante foi o acordo sobre as regras para o mercado global de créditos de carbono, promovendo mecanismos como o plantio de árvores e a substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas. A saída de algumas delegações insatisfeitas com o texto atual do documento da COP29 destacou a complexidade de atender às demandas de países mais vulneráveis, mas esforços continuam sendo feitos para retomar o diálogo e alcançar um consenso.
A próxima COP30, prevista para acontecer no bioma amazônico, foi batizada como a “COP das COPs” e simboliza um momento crucial para restaurar a confiança global em medidas climáticas efetivas. A localização em Belém reforça a importância de envolver a Amazônia nos debates e ações globais, ressaltando o papel central do Brasil na agenda climática. A conferência se apresenta como uma oportunidade histórica para consolidar avanços na luta contra as mudanças climáticas e no compromisso com a justiça ambiental.