O projeto piloto do Drex, a moeda digital do Banco Central (BC), enfrenta desafios na criação de uma infraestrutura capaz de suportar a inovação sem prejudicar a segurança e a governança do sistema financeiro. Segundo Fábio Araujo, coordenador do Drex no BC, a migração do mercado financeiro tradicional para um ambiente baseado em blockchain exige um equilíbrio delicado. O BC, tradicionalmente conservador, precisa superar limitações do modelo atual para lidar com as novas demandas trazidas pela tecnologia.
A principal preocupação, destacada por especialistas do setor, é garantir que a inovação não seja restringida por excessivas regulamentações. Jayme Chataque, do Santander Brasil, reforça que a criação de um ambiente seguro para o Drex será um desafio, pois é necessário preservar a flexibilidade para que novas soluções tecnológicas possam ser exploradas. Nesse contexto, ele sugere que, no início, o Drex e outras plataformas inovadoras possam coexistir de forma independente, até que as inovações se tornem maduras o suficiente para serem integradas ao sistema.
A proposta é que, à medida que as novas tecnologias se estabilizem e se adequem às necessidades de governança e segurança, possam ser incorporadas ao Drex, sem comprometer a segurança do sistema financeiro. O processo exige uma adaptação contínua, tanto da parte das autoridades reguladoras quanto dos agentes financeiros, para que o Drex atenda a demandas de modernização sem perder a confiança dos usuários e a estabilidade do mercado.