O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, destacou os impactos da postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à crise climática. Trump, ao negar a existência do problema e defender a ampliação do uso de combustíveis fósseis, pode isolar os Estados Unidos no cenário internacional, especialmente diante de uma crescente coalizão global em favor da ação climática. Pimenta ressaltou que, além de países do Sul Global como Índia e China, o bloco BRICS e outros países emergentes têm se fortalecido, criando uma nova dinâmica geopolítica onde os Estados Unidos poderiam se tornar uma voz isolada sobre esse tema.
O ministro também comentou sobre desastres climáticos recentes, como os ocorridos no Rio Grande do Sul, na Espanha e no deserto do Saara, que tornam cada vez mais evidente a realidade do aquecimento global. Ele argumentou que, mesmo que o governo de Trump continue a resistir às ações climáticas, o mercado global já está se adaptando às exigências de sustentabilidade, e os grandes grupos econômicos dos EUA provavelmente seguirão esse movimento para garantir acesso a mercados como o europeu. Pimenta enfatizou que o mundo não ficará refém de posições negacionistas e que o Brasil tem se posicionado como um ator cada vez mais relevante nas discussões sobre o clima.
Outro ponto destacado por Pimenta foi a necessidade de os países desenvolvidos financiarem a transição energética nos países em desenvolvimento, que historicamente sofreram os impactos das mudanças climáticas sem terem sido responsáveis pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa. O ministro mencionou que, no Acordo de Paris, foi prometido um fundo de US$ 100 bilhões por ano para esse fim, mas que o financiamento ainda não foi realizado de maneira significativa. Para Pimenta, um possível legado do G20 no Brasil seria justamente avançar em um acordo internacional que garanta o financiamento da adaptação e mitigação das mudanças climáticas, com os países mais ricos arcando com a maior parte dos custos dessa transição.