O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, destacou a necessidade urgente de aumentar a celeridade no sistema judiciário brasileiro durante sua participação no 9º Seminário Caminhos Contra a Corrupção. Fachin enfatizou que a Justiça deve operar de maneira mais eficiente, com prazos razoáveis, para garantir a eficácia no combate a crimes, especialmente os de colarinho branco. Ele apontou que a lentidão dos processos prejudica a coleta de provas e pode levar à prescrição dos crimes, ressaltando que, apesar das leis avançadas do Brasil, a aplicação delas ainda enfrenta grandes desafios.
Durante o evento, o procurador do Ministério Público de São Paulo, Roberto Livianu, revelou que a corrupção nas eleições municipais resultou em um montante significativo de dinheiro desviado, muito superior ao registrado em anos anteriores. Livianu também alertou sobre a ameaça à Lei da Ficha Limpa, que está sob risco de enfraquecimento devido a propostas legislativas em trâmite. A percepção de práticas corruptas é alarmante, com uma grande parte da população afirmando ter testemunhado tentativas de compra de votos, o que indica um cenário preocupante na política local.
Em outro painel, o ex-juiz Marlon Reis e outros especialistas discutiram a questão das emendas parlamentares e suas implicações para a transparência e fiscalização dos recursos públicos. Reis criticou as emendas que permitem transferências diretas de verbas, aumentando a opacidade no orçamento. A discussão também abordou as desigualdades na competição eleitoral geradas por essas práticas, enfatizando a necessidade de uma reforma que assegure maior controle e clareza na aplicação de recursos públicos. O seminário segue com painéis que aprofundam a temática da corrupção no Brasil, promovendo debates essenciais para o fortalecimento das instituições democráticas.