O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) se manifestou, nesta segunda-feira (25), contra o seu indiciamento pela Polícia Federal, acusando-o de uma “inversão de valores” e de uma mudança nas competências da corporação. Segundo Van Hattem, a PF deveria estar investigando as denúncias que ele fez contra um policial federal, e não o próprio denunciante. Durante seu discurso em agosto, o parlamentar havia mostrado uma foto de um delegado da PF e alegado que este estava envolvido em relatórios fraudulentos contra um ex-assessor do ex-presidente. O deputado afirmou que essa investigação contra ele seria uma forma de retaliação.
Van Hattem também abordou o caso de dois blogueiros que foram alvo de um pedido de extradição feito pela PF, afirmando que houve abuso de poder nesse processo. O deputado e seu partido, o Novo, defendem que ele possui imunidade parlamentar, o que, segundo eles, garante sua liberdade para expressar opiniões sem ser alvo de investigações por suas palavras. Eles consideram que qualquer interpretação legal diferente seria um abuso autoritário.
O ex-presidente Jair Bolsonaro também se manifestou sobre o caso, reforçando a defesa da inviolabilidade das opiniões de parlamentares. Bolsonaro considerou o indiciamento de Van Hattem um ataque ao Parlamento, alinhando-se à crítica de que a perseguição ao deputado resultou de uma denúncia feita por ele na Câmara. O incidente gerou um debate sobre os limites da imunidade parlamentar e a atuação da Polícia Federal em investigações envolvendo membros do Congresso.