O deputado federal Julio Lopes (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar Mista da Tecnologia e Atividades Nucleares, divulgou uma nota de repúdio nas redes sociais neste sábado, 9, contra a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de adiar as audiências públicas sobre o projeto de exploração de urânio e fosfato nas minas de Santa Quitéria, no Ceará. Segundo o deputado, a justificativa de que o adiamento se deve ao período de férias escolares e festas de fim de ano desrespeita a urgência de desenvolvimento no Brasil.
A mina de Santa Quitéria, descoberta em 1976, é uma importante fonte de urânio e fosfato, mineral utilizado na produção de fertilizantes. Em 2009, o governo brasileiro estabeleceu uma parceria público-privada com o Grupo Galvani para explorar a mina. A composição da jazida exige que a extração de urânio seja feita junto com a lavra e o beneficiamento do fosfato. A mina tem um grande potencial de produção, com estimativas de 2,4 mil toneladas de urânio por ano, o que poderia gerar uma receita significativa para a Indústria Nuclear Brasileira (INB), além de 180 mil toneladas de fosfato anuais.
Lopes expressou sua insatisfação com a decisão do Ibama e pediu que o presidente do instituto, Rodrigo Agostinho, e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, revejam a medida e agendem as audiências públicas com mais celeridade. O deputado destacou a importância do projeto para o país, que atualmente importa a maior parte dos fertilizantes que necessita, e ressaltou que o adiamento das discussões compromete o avanço de um setor estratégico para o desenvolvimento nacional.