O Ministério Público da Paraíba (MPPB) apresentou uma sexta denúncia no âmbito da Operação Indignus, envolvendo irregularidades em contratos de fornecimento de alimentos no Hospital Padre Zé, em João Pessoa. Segundo a acusação, ex-dirigentes da instituição e empresários ligados a um grupo familiar teriam criado um esquema para desviar recursos públicos destinados a programas sociais de assistência alimentar, como o “Prato Cheio”, que visava atender moradores de rua em diversas cidades do estado. Os envolvidos teriam negociado propinas para concentrar o fornecimento de produtos em um número restrito de empresas, com superfaturamento e devolução de parte dos valores.
A investigação aponta que as propinas, que somariam cerca de R$ 1,6 milhão em um período específico, foram pagas em dinheiro ou por meio de transferências bancárias, utilizadas para a compra de imóveis e bens de diretores da instituição. As provas incluem documentos fiscais fraudulentos, como notas e atestados de fornecimento, além de registros financeiros que indicam pagamentos indevidos. O MPPB também investigou a utilização de empresas familiares para o fornecimento dos produtos, que eram pagas com valores inflacionados.
Os suspeitos, incluindo ex-diretores e empresários, são acusados de integrar uma organização criminosa que agia para manipular o processo de compras e contratos com o Governo do Estado, gerando prejuízos para os programas sociais. Até o momento, as investigações revelaram indícios de que as práticas ilícitas envolviam tanto a aquisição de bens pessoais quanto o direcionamento de recursos públicos para interesses privados, o que motivou a ampliação das investigações e novas denúncias contra os acusados.