A perspectiva de uma nova presidência de Donald Trump tem levado americanos, especialmente democratas, a explorar alternativas para viver no exterior. O interesse em programas de “vistos dourados”, que oferecem residência ou cidadania estrangeira em troca de investimentos significativos, cresceu consideravelmente desde a última eleição. Consultorias como Henley & Partners e Arton Capital reportaram aumentos expressivos nas consultas de americanos interessados em garantir um “plano B”, ainda que a maioria não pretenda se mudar definitivamente. Entre os destinos mais buscados estão Portugal, devido aos custos relativamente acessíveis e o rápido caminho para cidadania europeia, além de Malta e Áustria, preferidos pelos ultra-ricos.
Historicamente mais associados a países emergentes, os programas de cidadania por investimento têm atraído americanos desde a pandemia, quando restrições de viagem destacaram a vulnerabilidade de famílias ricas sem passaportes europeus. Além disso, a crescente polarização política e tensões sociais nos EUA têm estimulado o interesse em mudar de país. Em paralelo, comunidades online e influenciadores especializados em migração relatam uma explosão de debates e buscas por informações sobre opções de emigração, com foco em alternativas mais acessíveis para cidadãos comuns.
O aumento da demanda por mudança também reflete temores de grupos marginalizados, como mulheres e comunidades LGBTQ+, que buscam segurança em meio a possíveis mudanças políticas nos EUA. Muitas dessas pessoas, no entanto, desejam manter a cidadania americana, vendo a mudança como uma necessidade temporária. Este fenômeno demonstra como a instabilidade política pode impactar não apenas as elites, mas também a classe média, gerando um movimento significativo em busca de alternativas no exterior.