O setor público consolidado do Brasil, que inclui Governo Central, Estados, municípios e empresas estatais (exceto Petrobras e Eletrobras), registrou um déficit primário de R$ 7,340 bilhões em setembro, uma diminuição em relação ao saldo negativo de R$ 21,425 bilhões observado em agosto, segundo dados do Banco Central. Esse resultado ficou abaixo da mediana das estimativas de mercado, que previam um déficit de R$ 8,20 bilhões, com projeções variando entre R$ 2,0 bilhões e R$ 17,5 bilhões.
O déficit primário representa a diferença entre receitas e despesas do setor público antes do pagamento de juros da dívida pública. Em setembro, o déficit foi o menor para o mês desde 2022, quando atingiu R$ 10,745 bilhões. A divulgação dos dados, que deveria ocorrer em 31 de outubro, foi adiada devido à greve de servidores do Tesouro Nacional, afetando a coleta de informações. O déficit do Governo Central, pela metodologia do Banco Central, foi composto por resultados negativos tanto de Estados e municípios quanto de empresas estatais, sendo os municípios os que apresentaram o maior rombo isolado.
No acumulado de 12 meses até setembro, o déficit primário consolidado do setor público brasileiro alcançou R$ 245,605 bilhões, equivalente a 2,15% do PIB. Apesar da redução em comparação ao mês anterior, quando o acumulado chegou a R$ 256,337 bilhões (2,26% do PIB), o resultado fiscal continua preocupante. O déficit foi impulsionado principalmente pelo Governo Central, que respondeu pela maior parcela do valor acumulado, enquanto os Estados apresentaram saldo positivo, amortecendo parcialmente o déficit geral.