O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou que irá recorrer de uma decisão judicial que reconhece a validade de acordos de confissão feitos por três detidos em Guantánamo, suspeitos de envolvimento nos ataques de 11 de setembro. A decisão do juiz, o coronel Matthew McCall, contestou a ordem emitida pelo secretário de Defesa, Lloyd Austin, que buscava anular esses acordos. Essa determinação permite que os acusados evitem enfrentar a pena de morte, ao contrário da orientação estabelecida por Austin.
Os acordos de confissão foram negociados por promotores federais junto com advogados de defesa e contaram com o apoio do governo americano, mas recentemente receberam críticas de congressistas republicanos após se tornarem públicos. A pressão política resultou na tentativa de anulação dos acordos por parte de Austin, que argumentou que questões envolvendo crimes tão graves e passíveis de pena capital deveriam ser definidas pelo Departamento de Defesa, dada a gravidade dos ataques e suas implicações para a segurança nacional.
O juiz McCall, no entanto, decidiu que Austin não possui autoridade legal para invalidar os acordos de confissão já estabelecidos. A decisão judicial trouxe novos questionamentos sobre a autonomia do Departamento de Defesa e o papel das autoridades judiciais em casos que envolvem crimes de grande repercussão. A decisão agora segue para uma análise de instância superior, com o Departamento de Defesa defendendo a anulação dos acordos em nome da segurança e dos interesses dos EUA.