A defesa de um ex-ministro, envolvido em investigações relacionadas a um suposto golpe de Estado, afirmou que documentos apreendidos pela Polícia Federal não tinham caráter golpista, mas serviam como material preparatório para respostas a demandas da imprensa e para a participação em Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs). De acordo com a defesa, o material, que incluía anotações, rascunhos e reportagens, era utilizado para capacitar pessoas a se posicionarem adequadamente em eventos legislativos e em interações com a mídia.
A Polícia Federal apreendeu um manuscrito em que se mencionava um evento político significativo, supostamente relacionado ao governo atual, e que teria sido encontrado em uma mesa de um assessor próximo ao ex-ministro. Esse documento fazia parte de um conjunto de materiais encontrados sob o nome “memórias importantes”, que, segundo a PF, estaria vinculado ao planejamento de ações para uma operação denominada “Operação 142”. O inquérito sugere que o material indicava uma possível tentativa de subverter o Estado Democrático de Direito, com base em uma interpretação controversa de um artigo da Constituição Federal.
A defesa, por sua vez, contesta essa interpretação, alegando que os documentos em questão eram de caráter privado e estavam relacionados ao uso pessoal e interno do assessor. Além disso, os advogados argumentam que o conteúdo estava dentro dos limites do direito constitucional à liberdade de expressão e informação, conforme previsto no artigo 220 da Constituição. O caso segue sendo investigado pela Polícia Federal, enquanto diferentes versões sobre a natureza dos documentos continuam a ser debatidas.