Em um julgamento que durou mais de 12 horas, o Tribunal do Júri do Rio de Janeiro absolveu o policial militar acusado de ser o autor do disparo que vitimou a menina Ágatha Félix, em 2019, no Complexo do Alemão. A decisão gerou forte reação da família, que contesta o veredito e anunciou que recorrerá da sentença, mantendo viva a busca por justiça. A mãe e o avô de Ágatha expressaram seu lamento e pediram respeito pela dor e pela dignidade da família, destacando o impacto de cinco anos de sofrimento.
Durante o julgamento, a defesa do policial apresentou provas periciais que indicaram a impossibilidade de confirmar o responsável pelo disparo, embora o júri tenha concluído que o policial foi o autor do tiro. A decisão, no entanto, reconheceu que ele não teria agido com intenção de matar, levando à absolvição. O caso gerou debates sobre a violência urbana e a segurança pública nas comunidades cariocas, em um contexto de frequente confronto entre policiais e criminosos.
A morte de Ágatha Félix, ocorrida enquanto ela retornava para casa com a mãe, trouxe à tona questões sobre os efeitos dos confrontos armados nas favelas, afetando diretamente a vida de inocentes. O episódio reforça o apelo das famílias que residem em áreas de risco por maior respeito e segurança. O Ministério Público havia denunciado o policial por homicídio qualificado, mas o julgamento terminou com a absolvição, trazendo à tona o desejo de justiça da família e de várias organizações que acompanham o caso.