A decisão do Carrefour de deixar de comercializar carnes provenientes de países do Mercosul em seus supermercados na França gerou indignação entre lideranças do agronegócio brasileiro e parlamentares do setor. A medida, anunciada pelo CEO da varejista, foi atribuída a pressões de agricultores franceses contrários ao acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. No entanto, a justificativa levantou críticas no Brasil, que possui rígidas legislações ambientais e padrões sustentáveis no setor agropecuário.
Em resposta, lideranças políticas planejam investigar a conduta do Carrefour no Brasil. Um deputado ligado ao agronegócio propôs a criação de uma comissão externa na Câmara dos Deputados para avaliar denúncias de possíveis irregularidades envolvendo a rede varejista, incluindo questões raciais, ambientais e trabalhistas. A iniciativa visa também expor a insatisfação com o que é visto como uma atitude protecionista e discriminatória contra produtos brasileiros.
O Carrefour afirmou que a decisão de vetar carnes do Mercosul é limitada ao mercado francês e motivada exclusivamente por demandas do setor agrícola local, sem qualquer relação com a qualidade dos produtos do bloco econômico. Apesar disso, a reação no Brasil evidencia preocupações sobre o impacto econômico e diplomático da medida, dado que 80% do abastecimento de carne no país é realizado por produtores brasileiros.