A recente morte de Dom Antônio de Orleans e Bragança reacendeu discussões sobre o papel e a legitimidade da família imperial brasileira na sociedade atual. Embora o Brasil tenha se tornado uma república em 1889, e os títulos de nobreza tenham sido abolidos desde então, há uma divisão entre estudiosos sobre a continuidade simbólica da dinastia. Enquanto alguns acreditam que o título de “família imperial” permanece relevante apenas no círculo de monarquistas e familiares, outros defendem que eles continuam sendo reconhecidos por outras casas reais, mesmo que sem efeito jurídico no país.
A família imperial brasileira é dividida em dois ramos, o de Petrópolis e o de Vassouras, ambos descendentes de Princesa Isabel. Com a morte de Dom Antônio, Dom Rafael assume o título de príncipe imperial pelo ramo de Vassouras, enquanto Dom Pedro Carlos permanece como chefe do ramo de Petrópolis. A chefia dinástica, ainda que simbólica, provoca divergências até entre os próprios descendentes da família, refletindo a complexidade de definir sucessão em uma sociedade republicana.
Apesar de manterem a tradição e o uso de títulos, os membros da família imperial não recebem benefícios financeiros do Estado brasileiro e se sustentam em atividades civis. Para historiadores monarquistas, eles desempenham um papel de preservação da história e dos valores éticos do Brasil Império, como dignidade e cidadania.