A dança tem sido um poderoso instrumento de transformação social na periferia de Mogi das Cruzes. Um exemplo disso é um projeto financiado pela Lei de Incentivo à Cultura, que proporciona aulas de balé clássico e contemporâneo para jovens de comunidades carentes. Um dos participantes, nascido em Ilhéus, na Bahia, encontrou na dança uma forma de superar barreiras pessoais, como timidez e dificuldades de expressão, descobrindo novos caminhos para sua vida e ampliando sua visão de futuro.
Com base em sua experiência, o bailarino decidiu retribuir à comunidade criando iniciativas voltadas para a inclusão de crianças e jovens da periferia na dança. Ele destaca o impacto positivo desse trabalho, que vai além da formação de artistas, ajudando os participantes a entenderem seu próprio valor e a vislumbrar oportunidades que antes pareciam inalcançáveis. Segundo ele, a arte pode quebrar estereótipos e abrir portas para uma vida mais ampla e cheia de possibilidades.
A iniciativa também aborda questões como a elitização da arte e a falta de representatividade de artistas negros nos palcos. Apesar de enfrentar desafios, como preconceitos e a escassez de espaços de destaque para bailarinos negros, o projeto reafirma a importância de democratizar o acesso à cultura. Mais do que formar dançarinos, o objetivo é inspirar uma nova geração a reconhecer suas capacidades e superar limitações sociais e culturais.