A dançarina e coreógrafa baiana Edilene Alves construiu uma carreira sólida ao lado de grandes nomes da música brasileira, como Ivete Sangalo e Léo Santana, combinando talento e paixão pela dança com a ancestralidade cultural e religiosa que a influencia desde a infância. Criada em Salvador, sob a inspiração da mãe, uma ialorixá envolvida em movimentos culturais, Edilene iniciou cedo sua trajetória artística e encontrou na dança uma forma de expressão e sustento. Aos 18 anos, já atuava profissionalmente e integrou importantes escolas de dança do estado, o que abriu portas para se apresentar ao lado de grandes artistas e conquistar o título de Deusa do Ébano em 2009.
Além do sucesso profissional, Edilene utiliza sua arte como ferramenta de representatividade e resistência política. Ao conquistar espaços historicamente limitados para mulheres negras, ela relembra a importância de figuras que abriram caminho antes dela, especialmente dentro do bloco afro Ilê Aiyê. Segundo a artista, cada apresentação é uma oportunidade de honrar suas ancestrais e reafirmar que a dança e a beleza são também atos de reparação histórica e de fortalecimento da autoestima de jovens negras que, como ela, buscam se enxergar em espaços de destaque.
Conciliando a carreira intensa com sua vida religiosa, Edilene enfrenta desafios como a intolerância e o preconceito, mas mantém firme o compromisso com suas raízes no Candomblé. A artista destaca a importância de continuar se posicionando e de lutar por um futuro com mais inclusão e respeito à diversidade, onde a cor da pele e a religião não sejam barreiras para o reconhecimento do talento e da capacidade de cada pessoa.