Após intensas negociações e ceticismo inicial, a COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, aprovou um acordo climático que estabelece a meta de financiamento global de pelo menos US$ 300 bilhões até 2035, visando apoiar nações em desenvolvimento. Apesar do avanço, especialistas apontam que o valor é insuficiente diante das necessidades estimadas de US$ 1,3 trilhão. O acordo, que permite o uso de fontes públicas e privadas, recebeu críticas de países do sul global e de organizações ambientais, que consideram a meta aquém das responsabilidades históricas dos países ricos.
As divergências entre nações ricas e em desenvolvimento marcaram as discussões. Enquanto representantes de países como Bolívia e Cuba denunciaram a abordagem como insuficiente e desrespeitosa, blocos de países vulneráveis chegaram a abandonar as negociações. Por outro lado, lideranças europeias destacaram o acordo como um passo inicial na consolidação do financiamento climático global. A ausência de grandes líderes globais e o contexto geopolítico polarizado contribuíram para as dificuldades de consenso.
A COP29 entregou a presidência da próxima cúpula ao Brasil, que sediará a COP30. A ministra do Meio Ambiente enfatizou a necessidade de alinhamento interno e entre países antes do próximo encontro, em busca de avanços mais ambiciosos. Com as metas de mitigação e adaptação ainda pendentes, o evento deixou clara a pressão por soluções concretas e cooperação global para enfrentar a emergência climática.