A tensão entre os produtores de carne brasileiros e o Carrefour atingiu um novo patamar no fim de semana, após uma declaração do CEO do grupo, Alexandre Bompard, anunciando a suspensão das compras de carne do Mercosul para apoiar os agricultores franceses. Essa posição foi criticada por grandes frigoríficos brasileiros e por 44 entidades do setor, que acusaram Bompard de questionar os padrões de qualidade da produção latino-americana, resultando em um boicote de carne à rede no Brasil.
Apesar do impacto representado por essa crise, o mercado europeu não é uma parte significativa das exportações agropecuárias brasileiras, o que implica que a perda afetaria mais o Carrefour do que os produtores nacionais. A operação brasileira do Carrefour, que responde por uma parte importante do faturamento global da rede, está buscando alternativas para garantir o fornecimento nas lojas do país, após o boicote dos frigoríficos.
No âmbito político e diplomático, o incidente gerou discussões no Brasil sobre possíveis medidas de retaliação econômica e limitou novos acordos comerciais com a França. O governo francês tentou minimizar os danos ao contatar autoridades brasileiras e informou que o Carrefour se retratará publicamente. Além disso, o Itamaraty segue acompanhando de perto as negociações para o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, que pode ser afetado por essa crise.