A cidade de Manaus enfrenta uma nova onda de fumaça causada por queimadas na região do Baixo Amazonas e na Calha do Tapajós, no oeste do Pará. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas (Sema), a situação se agravou a partir do último domingo (3), afetando a qualidade do ar na capital amazonense, que variou entre muito ruim e péssimo nesta segunda-feira (4). A ausência de chuvas impede a dissipação da fumaça, contribuindo para o cenário alarmante em toda a região.
O estado do Amazonas enfrenta um dos períodos mais críticos de queimadas já registrados, com outubro sendo o segundo pior mês desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento do fogo na Amazônia. Apenas no último quadrimestre, o Amazonas teve recordes históricos, com 4.241 focos de calor em julho, 10.328 em agosto, e 6.879 em setembro. Em outubro, os focos chegaram a 2.557, com um total de 115 queimadas registradas nos primeiros três dias de novembro, contribuindo para um aumento da poluição atmosférica.
A fumaça densa que cobre Manaus é resultado de focos locais e de partículas trazidas pelos ventos do Atlântico, que transportam a massa de fumaça ao longo do rio Amazonas até a capital. As condições atmosféricas desfavoráveis, que mantêm a fumaça próxima à superfície, agravam a crise ambiental. A Sema e a Defesa Civil do Amazonas monitoram diariamente a qualidade do ar em cooperação com a Embaixada da Coreia do Sul, utilizando sensores avançados em todo o estado para entender e mitigar os impactos da poluição.