Entre janeiro e agosto deste ano, 468 crianças entre 0 e 14 anos faleceram em unidades de saúde públicas e privadas do Distrito Federal, sendo a maior parte das mortes registrada na rede pública, que concentrou 73% dos óbitos. Segundo especialistas, essa diferença ocorre devido à maior demanda do Sistema Único de Saúde (SUS), que atende a maioria da população infantil, e não reflete necessariamente problemas de qualidade no atendimento. A maior parte das mortes corresponde a recém-nascidos e está relacionada a doenças perinatais, muitas vezes associadas à falta de acompanhamento adequado durante a gestação.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está investigando 38 casos de mortes em unidades públicas e privadas, incluindo suspeitas de negligência. Em 2024, famílias de sete crianças que faleceram nessas redes denunciaram falhas no atendimento médico, trazendo à tona problemas como escassez de pediatras e longas esperas por ambulâncias. Entre as principais causas de óbitos infantis, destacam-se a prematuridade extrema, malformações congênitas e doenças respiratórias, além de complicações associadas à ausência de cuidados pré-natais.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a Saúde foi requisitada por deputados distritais em maio para investigar problemas de gestão e falhas no atendimento em hospitais do DF, especialmente após a criação do Instituto de Gestão Estratégica em Saúde (IGES-DF). No entanto, sua instalação enfrenta atrasos, com outros pedidos de CPI aguardando na fila de deliberações.