O Acre enfrenta um aumento alarmante de 686% nos casos de febre do Oropouche em 2024 em comparação com o ano anterior. Até 14 de novembro, foram confirmados 472 casos em 21 municípios do estado, com um óbito registrado. A doença viral, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, preocupa especialmente por seu potencial de transmissão vertical, com impactos graves no pré-natal e neonatal. Em resposta, o Ministério Público Federal e o Ministério Público do Acre recomendaram a implementação de protocolos de prevenção e tratamento pelas secretarias de saúde estadual e municipal.
O boletim epidemiológico das arboviroses destaca que, até o momento, 1.756 amostras foram testadas em 2024, um salto significativo frente às 145 analisadas no ano anterior. Embora em 2023 apenas oito municípios tivessem registros confirmados, em 2024 os casos se espalharam por quase todo o estado, com exceção de Santa Rosa do Purus. As autoridades reforçam a necessidade de capacitar profissionais de saúde para manejo adequado e apoio a pacientes e familiares, especialmente mulheres grávidas, dado o risco de complicações congênitas.
A morte de um recém-nascido em julho de 2024 trouxe à tona a gravidade da situação. O bebê, que nasceu com microcefalia e outras malformações, teve a infecção pelo vírus confirmada após exames. Com base nesse cenário, a recomendação das autoridades também inclui o monitoramento rigoroso de casos em grávidas e investigação de anomalias congênitas e óbitos fetais associados à doença, destacando a urgência de ações coordenadas para conter a disseminação do vírus no estado.