O transtorno do espectro autista (TEA) afeta atualmente cerca de seis milhões de brasileiros. O termo, antes conhecido como autismo, evoluiu para “espectro” devido à variabilidade dos sintomas, incluindo aspectos comunicacionais e sociais, refletindo melhor a diversidade das manifestações da condição. Segundo especialistas, a ampliação do diagnóstico desde 2013 contribuiu para o aumento de casos, considerando agora o autismo dentro de uma abordagem dimensional mais abrangente.
Os sinais iniciais do TEA, que podem ser percebidos até os quatro anos de idade, geralmente envolvem dificuldades na comunicação social. Em alguns casos, ocorre uma regressão de habilidades, um fenômeno observado entre o primeiro e terceiro ano de vida, e que pode estar relacionado tanto a fatores genéticos quanto ambientais. O diagnóstico precoce e o acompanhamento são fundamentais para o desenvolvimento das crianças, sendo essenciais a atenção a sinais como a ausência de resposta ao nome ou de interesse em interações sociais e brincadeiras.
A inclusão de pessoas no espectro ainda apresenta desafios significativos. Embora haja avanços na preparação das escolas e no mercado de trabalho, muitos autistas enfrentam problemas como bullying, assédio e altos índices de ideação suicida. Especialistas reforçam a importância de políticas públicas de acolhimento e incentivo à autonomia, destacando que as potencialidades dos autistas muitas vezes são ignoradas em favor de uma visão focada nas limitações. A inclusão e o suporte integral são vistos como fundamentais para a melhora da qualidade de vida dessas pessoas e para uma sociedade mais justa e acolhedora.