O crescimento acelerado da capacidade de fundição de cobre na China, maior consumidor global do metal, tem gerado pressões sobre a lucratividade do setor e ameaçado a viabilidade de operações em outras regiões, como Chile, Europa e Índia. A expansão de novas usinas, impulsionada pela busca de garantir o suprimento essencial para a transição energética, ocorre em meio à escassez de matérias-primas, pressionando as margens de lucro globalmente e forçando debates sobre a necessidade de restrições na produção.
Enquanto as mineradoras mantêm a vantagem nas negociações devido à oferta limitada de minério, as taxas de refino podem atingir valores historicamente baixos, comprometendo ainda mais a sustentabilidade do setor. Apesar disso, a construção de novas fundições, especialmente na China, continua, alimentada por custos competitivos e políticas que favorecem empresas estatais. Mesmo diante de apelos internos por cortes na produção, a expansão segue inabalável, o que pode concentrar ainda mais a produção global na China, elevando preocupações de governos ocidentais sobre a dependência de minerais estratégicos.
A construção rápida e barata de fundições, comparada ao desenvolvimento de minas, agrava o desequilíbrio entre oferta e demanda de minério. Outros países, como Índia e Indonésia, também expandem suas capacidades, aumentando a competição por recursos escassos. Contudo, analistas apontam que a resiliência das fundições chinesas, impulsionada por reformas estruturais e suporte estatal, pode permitir que estas superem o impacto da crise, consolidando ainda mais sua dominância no mercado global de cobre.