Em Campinas, os casos de violência doméstica e agressões contra mulheres, crianças e idosos registraram um aumento de 26% em 2023, totalizando 3.634 notificações, o maior número desde 2009. Entre os tipos de violência mais comuns estão a física, seguida de tentativa de suicídio e violência sexual. Segundo especialistas, fatores como maior percepção da violência, sensibilização dos profissionais de atendimento e aumento efetivo dos índices contribuíram para a alta nas notificações. Ainda assim, a subnotificação permanece como um desafio, agravada por barreiras como medo, culpa e desconfiança nas instituições.
Mulheres adultas representam a maioria das vítimas e, em muitos casos, as agressões ocorrem dentro do ambiente doméstico, frequentemente na frente dos filhos. Relatos destacam a dificuldade das vítimas em romper o ciclo de violência, enfrentando não apenas o trauma físico, mas também os reflexos psicológicos e sociais. Apoio externo, como assistência especializada e redes de apoio, é apontado como fundamental para superar a dependência emocional e recomeçar.
A região sul de Campinas concentrou o maior número de notificações, em grande parte devido à vulnerabilidade social e à dependência dos moradores das ações do poder público. A ampliação de serviços de assistência, saúde e educação, aliada à capacitação de profissionais, tem incentivado as vítimas a buscarem ajuda. Mesmo assim, a persistência de tabus em torno do tema demonstra a necessidade de ampliar o diálogo e as políticas públicas para enfrentamento da violência na cidade.