Na quarta-feira (27), o presidente do Esporte Clube Nova Cidade, Jorge Luiz Pacheco Eloy, prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE), a respeito da derrota de sua equipe para o Belford Roxo, em uma partida da categoria sub-20, em junho deste ano. A virada de 3 a 1 para 5 a 3, acompanhada de um volume atípico de apostas, suscitou suspeitas de manipulação de resultados. Eloy, no entanto, defendeu a idoneidade do clube e alegou que, à época, o time estava sob gestão terceirizada. O depoente também questionou a atuação da empresa responsável pela gestão do time, que foi contratada sem envolvimento financeiro, mas com a intenção de promover jogadores.
A oitiva foi parte de uma investigação maior, relacionada à operação VAR da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que apura a manipulação de resultados em clubes de futebol do estado. Durante a reunião, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) e o presidente da CPI, senador Eduardo Girão (Novo-CE), abordaram o elevado número de apostas em sites asiáticos e o impacto disso no futebol brasileiro. Embora o Nova Cidade tenha sido suspenso pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) e posteriormente absolvido pelo Tribunal de Justiça Desportiva, Eloy alegou desconhecimento das apostas suspeitas e afirmou não ter informações sobre possíveis envolvimentos de membros do clube nas apostas.
A comissão também se mostrou preocupada com o impacto das apostas esportivas no futebol, destacando os danos à credibilidade dos jogos e o afastamento das torcidas. Girão alertou para o crescente poder das casas de apostas, que ele acredita estarem prejudicando o esporte. Ao final da reunião, a CPI aprovou requerimentos para convocar outras figuras envolvidas na investigação, incluindo dirigentes de outros clubes fluminenses e pessoas ligadas à operação Penalidade Máxima do Ministério Público de Goiás, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre possíveis manipulações nos resultados das partidas.