A Comissão Parlamentar de Inquérito da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas (CPIMJAE) se reunirá nesta terça-feira (26) para discutir as consequências das apostas esportivas no comércio e na fiscalização das transações financeiras. A audiência contará com a participação do economista-chefe da Confederação Nacional de Comércio (CNC), Felipe Tavares, e do chefe do Departamento de Operações Bancárias do Banco Central, Rogério Antônio Lucca. O relator da CPI, senador Romário, destacou que as apostas movimentam mais de R$ 240 bilhões por ano no Brasil, impactando o setor terciário da economia e aumentando preocupações com inadimplência, endividamento e a saúde financeira das famílias.
O debate também abordará as dificuldades do Banco Central em monitorar as transações financeiras relacionadas às apostas esportivas, uma vez que muitas das empresas do setor não estão registradas na Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE). Romário alertou para o fato de que a maior parte dos valores movimentados está concentrada em um número reduzido de empresas, o que tem dificultado a fiscalização adequada. Além disso, a nova regulamentação do Ministério da Fazenda, que entra em vigor em janeiro de 2025, visa criar critérios mais rígidos para pagamentos e combater o uso do sistema financeiro em atividades ilegais associadas às apostas.
A CPI também convocou um investigado na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, que está sendo apurado por sua suposta participação em crimes relacionados à manipulação de apostas no futebol. A audiência, que ocorrerá de forma antecipada, deverá trazer informações sobre o funcionamento de esquemas criminosos envolvendo atletas e apostas, com o objetivo de aprofundar a investigação sobre a exploração ilegal desse mercado. A comissão continua a reunir evidências para entender melhor o impacto das apostas na integridade esportiva e na economia brasileira.