No último fim de semana, a embaixada da Argentina em Caracas, onde estão asilados vários opositores ao governo de Nicolás Maduro, foi novamente alvo de um cerco por agentes de segurança venezuelanos. De acordo com informações divulgadas por um dos asilados, o fornecimento de energia elétrica foi interrompido, o que aumentou as tensões no local. A residência oficial da embaixada argentina, protegida pelo Brasil, já havia sido cercada em ocasiões anteriores, e a situação atual é vista como mais uma tentativa de intimidação por parte das autoridades venezuelanas.
María Corina Machado, líder da oposição venezuelana, criticou veementemente o governo de Maduro, chamando-o de cada vez mais isolado e fraco. Ela convocou manifestações globais, defendendo a posse de Edmundo González, candidato presidencial da oposição, com base nos resultados das eleições de julho. Machado também se posicionou contra as ações de cerco à embaixada, considerando-as um reflexo da crescente violência e repressão por parte do regime. A líder pediu ainda a intervenção do Tribunal Penal Internacional para pressionar a Venezuela a respeitar os direitos dos opositores.
O governo argentino, juntamente com a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a embaixada dos Estados Unidos em Caracas, condenou as ações de cerco e a interrupção do fornecimento de energia. A Venezuela rompeu relações diplomáticas com a Argentina após a recusa do governo argentino em reconhecer Maduro como vencedor das últimas eleições, e a tensão entre os dois países continua a crescer. A situação na embaixada reflete a persistente repressão política na Venezuela, em um contexto de crescente isolamento internacional do regime.