Um homem sul-coreano foi condenado por adotar uma estratégia extrema para evitar o serviço militar obrigatório, ganhando peso de forma deliberada até atingir a obesidade. O tribunal de Seul sentenciou o réu a um ano de prisão, com pena suspensa por dois anos, após ele ser considerado inapto para o serviço militar devido ao aumento de peso. O indivíduo, que foi inicialmente considerado apto para o serviço, abusou de alimentos calóricos e evitou atividades físicas, como trabalho de entrega, além de ingerir grandes quantidades de água antes das medições de peso. Essa tentativa de enganar os exames médicos foi a base para sua condenação.
A decisão também afetou um amigo do réu, que foi condenado a seis meses de prisão, igualmente suspensa, por incentivar e ajudar na adoção desse regime alimentar. Desde a Guerra da Coreia, o serviço militar é obrigatório para todos os homens sul-coreanos fisicamente aptos, o que tem gerado debates sobre a justiça e a natureza dessa exigência. Apesar de algumas exceções para aqueles com convicções religiosas ou políticas, o recrutamento obrigatório é uma questão polêmica que divide a sociedade, especialmente por ser discriminatório em relação às mulheres, que são isentas dessa obrigação.
Além disso, o recrutamento militar tem sido um ponto de fricção em debates sobre igualdade de gênero na Coreia do Sul. Muitos homens argumentam que a obrigação de servir no exército prejudica suas oportunidades profissionais, em um mercado de trabalho altamente competitivo. Estatísticas mostram que a taxa de matrícula universitária entre mulheres é maior que a masculina, o que gera críticas de que a isenção para as mulheres oferece uma vantagem injusta. A discussão sobre o recrutamento obrigatório continua a ser um tema sensível e divisivo na sociedade sul-coreana.