O Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou, por meio da ata de sua última reunião, a preocupação com a desancoragem das expectativas de inflação, apontando que essa condição é motivo de desconforto para todos os membros. Na reunião em questão, foi decidida uma elevação da taxa básica de juros para 11,25% ao ano, com o intuito de controlar a inflação. O Copom reiterou que a reancoragem das expectativas é essencial para alcançar a meta de inflação, minimizando o impacto sobre a atividade econômica.
O comitê observou que o cenário de curto prazo para a inflação apresenta desafios, devido a fatores como a estiagem, que afetou os preços dos alimentos, e a recente valorização do dólar, que pressiona os preços de bens industrializados. Em relação aos serviços, o Copom mencionou a persistência da inflação nesse setor, que permanece acima dos níveis desejáveis. A interrupção do processo desinflacionário reflete uma menor influência dos fatores que anteriormente contribuíam para a desaceleração da inflação.
Além disso, o Copom sublinhou a importância do mercado de trabalho, do hiato do produto e das expectativas inflacionárias na dinâmica de médio prazo para a desinflação. A combinação de fatores como inflação corrente acima da meta, atividade econômica aquecida, expectativas desancoradas e a desvalorização do real tornam o caminho para a convergência da inflação mais complexo, exigindo cautela nas próximas decisões de política monetária.