Em resposta ao cenário econômico atual, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar o ritmo de elevação da taxa Selic, subindo a taxa básica de juros de 10,75% para 11,25% ao ano. Essa decisão reflete a continuidade do ciclo de aperto monetário iniciado em setembro e responde a um ambiente externo instável, especialmente frente às incertezas sobre a política do Federal Reserve nos Estados Unidos. Internamente, o Copom expressa preocupação com a situação fiscal do Brasil, reforçando a importância de medidas estruturais para o controle do orçamento, especialmente em um momento em que o governo federal se prepara para anunciar cortes de despesas.
O Copom argumenta que uma política fiscal sólida e comprometida com a sustentabilidade da dívida pública é essencial para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os prêmios de risco nos mercados financeiros, o que poderia impactar positivamente a política monetária do país. Esse posicionamento vem em meio a debates sobre onde serão feitos os cortes orçamentários, com membros do governo federal mostrando resistência em áreas sociais. A expectativa é que o anúncio de tais medidas seja definido após uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Para o futuro, o Copom não deu sinalizações claras sobre os próximos passos em relação à taxa de juros, deixando em aberto a magnitude dos ajustes conforme o comportamento da inflação. Projeções internas mostram uma elevação das expectativas inflacionárias, com o IPCA de 2024 estimado em 4,6% e de 2025 em 3,9%, ambas acima das metas. Analistas de mercado, como os da Armor Capital e Banco BV, preveem novos aumentos na Selic, possivelmente atingindo entre 12,5% e 13% até o meio de 2025, dependendo da eficácia e repercussão do pacote fiscal do governo.