A COP29, conferência climática das Nações Unidas, foca na criação de mecanismos de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, com uma meta de arrecadar pelo menos US$ 1 trilhão por ano para apoiar países em desenvolvimento, que são os mais vulneráveis à crise climática. Entre as medidas propostas estão as chamadas “taxas de solidariedade”, que consistem em impostos internacionais sobre atividades poluentes e de alto impacto econômico, com o objetivo de financiar ações climáticas em nações mais pobres.
O relatório da Força-Tarefa Global para Taxas da Solidariedade, preparado para a COP29, sugere que criptoativos e a indústria do plástico sejam áreas-chave para a implementação de tais taxas. O estudo destaca que a taxação da eletricidade usada pelos mineradores de criptomoedas poderia gerar até US$ 323 bilhões por ano, além de reduzir significativamente a emissão de carbono. A indústria do plástico também é mencionada, com uma proposta de taxa de US$ 60 a US$ 90 por tonelada de polímeros primários, que poderia arrecadar entre US$ 25 bilhões e US$ 35 bilhões anualmente.
Além disso, o Brasil apresentou uma proposta no G20 para taxar mundialmente os super-ricos, com o objetivo de levantar US$ 250 bilhões por meio de uma taxa de 2% sobre a riqueza dos bilionários. A discussão sobre financiamento climático é vista como central para a diplomacia brasileira, que espera que as decisões da COP29 sirvam de base para futuras negociações, como a Cúpula das Partes que ocorrerá em Belém.