O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou frustração com o acordo financeiro da COP29, realizada em Baku, Azerbaijão. Apesar de reconhecer o avanço representado pelo compromisso de US$ 300 bilhões anuais por 10 anos para apoiar países em desenvolvimento no combate às mudanças climáticas, Guterres criticou o montante como insuficiente, apontando que representa menos de 25% do valor solicitado por essas nações. Ele destacou a necessidade de transformar rapidamente os compromissos em ações concretas e recursos, reiterando que o financiamento climático é a maior prioridade global.
Guterres descreveu 2024 como um ano crítico, marcado por desastres climáticos e temperaturas recordes, ressaltando a situação vulnerável dos países em desenvolvimento, frequentemente sobrecarregados por dívidas e excluídos da transição energética renovável. Ele enfatizou a necessidade de novos planos nacionais de ação climática antes da COP30, que ocorrerá em Belém, e a urgência de implementar o Pacto para o Futuro, com foco no alívio da dívida dessas nações. Segundo o secretário-geral, os países do G20 devem liderar com ações ambiciosas para mitigar emissões e acelerar a transição energética justa.
Ao concluir, Guterres reiterou que o fim da era dos combustíveis fósseis é inevitável e agradeceu ao governo do Azerbaijão, destacando o papel do presidente da COP29, Mukhtar Babayev. Ele também reconheceu o papel crucial da sociedade civil e dos jovens no avanço das negociações, reforçando o compromisso das Nações Unidas com a luta contra a crise climática e a meta de limitar o aquecimento global a 1,5ºC.