Contratos sem licitação e pagamentos emergenciais realizados pela Fundação Saúde têm levantado preocupações sobre a gestão de recursos públicos no Rio de Janeiro. Desde que a fundação assumiu a administração de unidades de saúde antes geridas por organizações sociais, milhões de reais foram repassados a empresas de forma questionável, muitas vezes sem o devido processo licitatório, e há suspeitas de descontrole nos gastos, como apontado pelo Tribunal de Contas. Casos de pagamentos feitos por indenização, sem contratos formais e amparados por Termos de Ajuste de Contas (TACs), evidenciam a falta de transparência.
Exemplos de irregularidades incluem laboratórios que prestam serviços sem fornecer dados completos sobre pacientes ou exames realizados, o que levanta suspeitas de possíveis inconsistências nos relatórios apresentados. Além disso, o envolvimento de famílias influentes na política local e a manutenção de contratos com empresas associadas a figuras relevantes do cenário político estadual geram questionamentos sobre possíveis favorecimentos. A recente crise, na qual pacientes transplantados receberam órgãos infectados pelo HIV, trouxe ainda mais atenção para o setor, resultando na troca de diretores na Fundação Saúde.
A Fundação, no entanto, defende que todas as contratações seguem a legislação, e as empresas envolvidas afirmam que seus serviços são realizados de forma ética e transparente. Apesar disso, a continuidade de pagamentos sem licitação, mesmo sob nova direção, e a associação entre os gestores e empresas contratadas apontam para a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa. Os órgãos de controle permanecem atentos à gestão pública da saúde e às práticas administrativas que precisam ser esclarecidas.