O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, destacou em nota oficial os paralelos históricos entre os eventos da tentativa de golpe de 2022 e os episódios da ditadura militar de 1964. A declaração foi motivada pela operação da Polícia Federal que revelou um plano golpista envolvendo militares. Celso de Mello relembrou o caso de Victor Nunes Leal, ministro do STF em 1963, que foi detido e sequestrado por militares amotinados, posteriormente sendo aposentado compulsoriamente. Segundo o jurista, esses eventos do passado e as ameaças recentes demonstram um preocupante padrão de afronta à ordem democrática.
Na análise de Celso de Mello, a tentativa de golpe de 2022 carrega semelhanças estruturais com o contexto político-institucional que culminou no golpe de 1964. Ele frisou que o respeito à Constituição e às leis da República é um limite intransponível em um regime democrático, devendo ser observado tanto pelos agentes do Estado quanto pelas Forças Armadas. O jurista apontou que as tentativas de desestabilizar a democracia contemporânea encontram ressonância em práticas autoritárias do passado, revelando um vínculo histórico entre momentos de ruptura institucional.
O caso trazido à tona pela Polícia Federal, que incluiu planos de monitoramento e ameaças contra autoridades de Estado, é visto como um alerta para a preservação da democracia e do Estado de Direito. Celso de Mello concluiu que o estudo dessas conexões históricas entre tragédia e farsa é essencial para compreender e prevenir a repetição de ciclos de instabilidade política no Brasil, reforçando a importância de uma vigilância constante em defesa das instituições democráticas.