A contaminação por microplásticos foi identificada em todos os tubarões da espécie cação-rabo-seco analisados em um estudo realizado pela Universidade Federal de Pernambuco. O levantamento incluiu 135 animais capturados acidentalmente por navios pesqueiros ao longo do litoral pernambucano entre agosto de 2021 e junho de 2022. Os pesquisadores encontraram microplásticos no estômago e intestino dos tubarões, indicando um impacto significativo da poluição nas populações da espécie na região, especialmente em áreas próximas à costa e durante períodos de chuva, quando a contaminação tende a aumentar.
Os tubarões, que se alimentam de peixes menores e algas, acabam ingerindo microplásticos ao confundirem esses materiais com suas presas ou através da contaminação das suas fontes de alimento. O material predominante encontrado foi o polietileno, utilizado em diversos utensílios diários. Embora não aparente ser prejudicial inicialmente, a presença de microplásticos no organismo pode causar danos à saúde dos animais, como inflamações e interferências hormonais, além de potencialmente afetar a fertilidade.
Para mitigar esse problema, especialistas destacam a importância de campanhas de conscientização e fiscalização das indústrias para reduzir a produção de plásticos e a poluição marinha. Apesar de ser um desafio implementar essas medidas em larga escala, o investimento em soluções para minimizar a emissão de microplásticos é considerado essencial para a proteção dos ecossistemas marinhos e das espécies que deles dependem.