O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, destaca a luta histórica contra a escravidão no Brasil, ressaltando a mobilização de escravizados, negros libertos, e aliados de diversas camadas sociais. Antes mesmo da assinatura da Lei Áurea, em 1888, o movimento abolicionista já ganhava força, marcado por revoltas, manifestações artísticas e embates judiciais. Alguns estados, como Ceará e Amazonas, aboliram a escravidão antes da legislação nacional, pressionando a monarquia. Apesar do fim oficial da escravidão, a ausência de políticas de reparação, como redistribuição de terras e direitos aos ex-escravizados, perpetuou desigualdades históricas.
Diversas figuras se destacaram nessa luta. Luiz Gama, ex-escravizado e advogado autodidata, libertou centenas de pessoas usando argumentos legais. Maria Tomásia liderou iniciativas no Ceará, organizando mulheres e conquistando apoios influentes. André Rebouças articulou ações políticas e defendeu a reforma agrária para integrar libertos na sociedade. Além disso, personagens como Adelina, espiã abolicionista, Dragão do Mar, jangadeiro que interrompeu o tráfico de escravizados, e Maria Firmina dos Reis, escritora pioneira, contribuíram de maneiras diversas para a causa.
Embora a abolição tenha representado um marco na história brasileira, ela não foi fruto da benevolência imperial, mas do trabalho contínuo de milhares de pessoas. Essa memória é resgatada no Dia da Consciência Negra, evidenciando a importância de reconhecer o papel dessas lideranças e a necessidade de reparar desigualdades ainda existentes.