As eleições para a presidência da Câmara e do Senado em fevereiro de 2025 parecem já estar definidas, com Hugo Motta e Davi Alcolumbre como principais candidatos. Ambos conseguiram formar alianças amplas e heterogêneas, incluindo partidos de diferentes espectros ideológicos, garantindo apoio suficiente para garantir suas vitórias nas duas Casas. A Câmara, por exemplo, tem Motta com o apoio de siglas como PL, PT, Republicanos, PSDB, PSB, entre outras, somando 385 votos, enquanto no Senado, Alcolumbre conta com o apoio de PT, PL, União Brasil, entre outros, alcançando 48 senadores. A votação, embora ainda distante, não apresenta grandes margens para surpresas, uma vez que as coligações se mostram consolidadas.
O histórico das eleições anteriores para as presidências das duas Casas do Congresso revela que, apesar de disputas acirradas, as principais candidaturas geralmente se restringem a dois blocos de apoio robustos. Exemplos disso são as eleições de 2019, quando Rodrigo Maia e Arthur Lira dominaram as disputas na Câmara, e de 2021, quando Lira foi reeleito com forte apoio de partidos como PL e PT. Para o Senado, a liderança do MDB foi histórica, mas, nas últimas eleições, o partido perdeu o controle da presidência para Davi Alcolumbre, após uma disputa interna complexa que envolveu traições e reviravoltas inesperadas. O perfil conciliador de Alcolumbre e de Motta tem sido apontado como um fator que contribui para a estabilidade de suas candidaturas.
Especialistas em política, como Cláudio Couto e Murilo Medeiros, apontam que a formação dessas grandes coalizões torna muito improvável uma reviravolta nas eleições de 2025. As alianças estratégicas criaram um ambiente de consenso em torno de Motta e Alcolumbre, dificultando a ascensão de candidatos isolados ou de última hora. A convergência entre governos e oposição, aliada à habilidade política dos candidatos, favorece a continuidade do status quo, com a maior parte dos partidos buscando manter influência nas mesas diretoras das Casas. As eleições, portanto, devem seguir o caminho das negociações já estabelecidas, com pouca chance de surpresas significativas.