Após os atentados na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro começa a enfrentar crescente resistência. No Congresso, parlamentares argumentam que o projeto pode ser arquivado devido à perda de oportunidade, especialmente após os recentes eventos. Deputados de oposição questionam os termos da proposta, afirmando que ela poderia beneficiar indivíduos que estão sendo investigados ou cumprindo penas por crimes contra o Estado Democrático de Direito. Além disso, alertam para a possibilidade de o texto ser modificado, ampliando o escopo da anistia de forma perigosa e sem uma limitação temporal clara.
No Senado, a pressão para rejeitar a proposta também aumenta. Líderes da Casa ressaltam a importância de repudiar qualquer tentativa de minimizar a gravidade dos ataques e de fortalecer o compromisso com a democracia. Alguns senadores destacam que a anistia poderia enfraquecer o sistema judicial e encorajar a impunidade, o que, segundo eles, seria um retrocesso nas garantias democráticas e na tradição pacífica do país. A senadora Eliziane Gama, por exemplo, enfatizou que qualquer tipo de anistia seria um incentivo a ações criminosas e violentas no futuro.
Apesar do posicionamento contrário da maioria, alguns membros da oposição defendem que a concessão de anistia é uma prerrogativa do Congresso Nacional, sendo uma decisão política. O projeto de lei propõe o perdão para pessoas que participaram dos ataques, ou que deram suporte através de doações ou manifestações nas redes sociais, até a data de sua eventual aprovação. A proposta também sugere que a anistia seja estendida a outros atos relacionados, anteriores ou subsequentes aos eventos de janeiro. A discussão continua a polarizar os membros do Congresso e do Senado, com perspectivas divergentes sobre a melhor forma de lidar com as consequências desses atentados.