O Congresso do Peru decidiu destituir o ministro das Minas e Energia, Rómulo Mucho, em uma votação realizada na terça-feira, 26 de novembro. A decisão ocorre em meio a crescentes protestos de mineradores de pequena escala que exigem a prorrogação de um programa governamental que lhes permite operar temporariamente, um programa criticado pelas autoridades por contribuir para a expansão da mineração ilegal no país. A presidente Dina Boluarte agora tem 72 horas para acatar a decisão do Congresso e nomear um novo ministro para a pasta, considerada crucial para a economia peruana, especialmente porque o país é o terceiro maior produtor mundial de cobre.
Mineradores de pequena escala estão pressionando por uma extensão de dois anos para regularizar suas atividades, mas o governo propôs uma alternativa que estipula um prazo de seis meses, com o encerramento do programa atual marcado para 31 de dezembro. A proposta governamental tem gerado insatisfação, pois muitos mineradores acreditam que o tempo estipulado não é suficiente para formalizar suas operações de maneira legal. A retirada do ministro Mucho foi o resultado de um painel composto por cerca de 80 deputados, com uma maioria que apoiou sua saída, apesar da oposição de alguns parlamentares e abstenções durante a votação.
Este episódio se insere em um contexto de crescente tensão entre o governo e os setores ligados à mineração no Peru, uma atividade fundamental para a economia nacional, mas que também enfrenta desafios relacionados à informalidade e impactos ambientais. A decisão do Congresso reflete a complexidade do setor minerador no país, que enfrenta a pressão de equilibrar o crescimento econômico com a necessidade de combater a mineração ilegal e suas consequências socioambientais.