O diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Marcus Pestana, ressaltou o crescente poder do Congresso sobre o orçamento federal e os desafios impostos pelo alto percentual de despesas obrigatórias, que atualmente representa mais de 95% do orçamento do Brasil. Grande parte desses recursos é destinada a previdência, políticas sociais, folha de servidores e outras áreas essenciais, o que tem reduzido drasticamente o investimento público a níveis historicamente baixos.
Pestana alertou para o impacto desse baixo nível de investimento no crescimento econômico sustentável do país, apontando que o Brasil tem potencial para crescer a uma taxa anual de 4%. Entretanto, a redução dos investimentos públicos, que já representaram até 23% do PIB e hoje somam apenas entre 16% e 17% quando combinados ao setor privado, compromete esse crescimento. Ele também destacou que as emendas parlamentares, apesar de muitas vezes atenderem a interesses locais, desempenham papel importante no financiamento de projetos de infraestrutura e serviços públicos municipais.
O diretor enfatizou a necessidade de uma reforma na estrutura orçamentária para ampliar a flexibilidade e aumentar a capacidade de investimento, essenciais para impulsionar o desenvolvimento do Brasil. Ele defendeu um debate nacional sobre a cultura orçamentária e as demandas futuras do país, afirmando que uma reavaliação estrutural do orçamento público é crucial para garantir maior investimento e viabilizar um crescimento econômico sustentável.